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A MULHER E A ARTE DE BENZER
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A MULHER E A ARTE DE BENZER

A MULHER E A ARTE DE BENZER

(Entre histórias, crenças e homenagens...)


Nos eventos “Raízes” – Encontros dos Municípios Originários de Santo Antônio da Patrulha – vemos um verdadeiro “desfile” de histórias sobre lugares, pessoas, costumes enfim, histórias de vida...

Mais especificamente no Encontro Raízes de André da Rocha (2019), foi dado o testemunho de vida de Matilde Neri de Carli uma, entre tantas outras mulheres serranas...

O texto “Dona Matilde e a arte de benzer” (Ana Maria de Carli) traz detalhes sobre as benzeduras, conforme descrito abaixo (parte do texto);

“.....Já no ano de 1932, em 29 de abril, no Tupinambá, distrito de Lagoa Vermelha, nasceu Matilde Neri de Carli, primogênita de Argemiro Neri e Ângela Neri. Sua mãe pereceu cedo. Matilde assumiu a chefia feminina da casa, com a incumbência de ajudar a criar os irmãos mais novos.

O pai lhe ensinou a arte de rezar e benzer, pois se tratando de uma vila bem distante da cidade, sempre que algum vizinho precisasse chamavam seu Argemiro, para benzer e fazer algum medicamento caseiro para amenizar a dor do doente. Matilde então muito jovem prestava atenção ao que o pai fazia e o ajudava quando necessário.

Aprendeu então o uso da arruda, que afasta nau olhado, a hortelã para curar inflamações pelo corpo, a macela para dores de estômago, e as orações para Nossa Senhora Aparecida para afastar a depressão.

Mais tarde casou-se e tomou outro rumo em sua vida. Teve seus seis filhos e ajudou o marido, Seu Nelson, no sustento dos mesmos. Quando tudo parecia estar andando bem, eis que a vida lhe prega uma provação, perde seu filho menor aos sete anos de idade, e, abalada com o acontecido, Matilde se agarra ao único consolo existente: as orações.

Começaram a vir pessoas cada vez mais a procurá-la. Dona Matilde, como era conhecida, não se recusava a rezar por quem a procurasse, sempre sem cobrar nada em troca. (.................) passavam pela Dona Matilde para as benzeduras de prevenção, dor de barriga, amarelão, quebranto e outros males.

Permaneceu sempre com a fé que lhe ensinaram, até sua última provação – um câncer diagnosticado em 2010, não se recusando a orar pelas pessoas até mesmo quando estava doente, e sem perder a esperança ou se revoltar contra sua nova condição, mostrando empatia e carinho por uma cidade que também foi sua família.

(...............................)”.

As benzeduras, mesmo consideradas um ato pagão pela Igreja Católica e desacreditadas pela medicina tradicional, estão incorporadas à cultura brasileira.

E, neste 08 de março – Dia da Mulher, meu abraço e respeito à minha esposa Solange! – agradecemos a todas as “Matildes” existentes, pois graças à essas mulheres, continua a arte de benzer, sendo uma cultura viva no Brasil e aqui no Rio Grande do Sul... a nossa terra!

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