A POESIA POPULAR
(e a tradição rimada...)
Como sabemos, a cultura de um povo se apresenta de várias maneiras. Mas, quanto mais “simples” a manifestação, mais autêntica.
Muitos estudiosos se notabilizaram em várias áreas de pesquisa, como no caso de Amadeu Amaral – em folclore – , por exemplo.
Nas pesquisas no campo do folclore é que encontramos vasto material sobre o assunto, como o descrito abaixo:
Uma “moda” (recolhida por ele) de pura fantasia e brincadeira...
“Ajuntaram a bicharada, / p’ra fazer uma reunião,
p’ra fazer uma grande festa / nesse centro de sertão.
A onça tinha uma filha / que era linda de feição;
p’ra não misturar co’a raça, /fez casar com primo-irmão.
O tamanduá era o padre, / o lobo era o sacristão:
o macaco, juiz de paz, / o veado era o escrivão.
A noiva sabia ler, / o noivo disse que não;
pra assiná a rogo do noivo / mandaram chamar o leão.
A barraca é do fandango, / a sala é da coleição(1):
já repunaro o gambá / por chegar de pé no chão;
Mas logo foi alumiado / p’ra servente do quentão.
Mandaram chamá o bugio / p’ra servir os folgasão.
A capivara com a paca / se arranjaram num pontão.Brinco de ouro nas orelhas, / vestido de gorgorão.
Sapatinhos de fivela, / carreirinha de botão,
ficaram na maior forma / p’ra ser damas num salão.
Mandaram buscar instrumento / nest4e centro de matão;
o tatu veio de viola, o lagarto de violão.
Tocador que ali tocava / era um bando de pavão,
que cobriro o mundo inteiro / de toque de bamburrão.
O cuati namorou a cutia / pela réstea do lampião.
O cateto chegou perto, / ele foi não achou bão;
Logo formaro uma briga / já arrancaro do facão
veiu um bando de queixadas, / levou tudo p’ra prisão”
– “Coleição”, gente fina.
As pesquisas em folclore, a poesia popular, a literatura em prosa e verso, falam da cultura dos povos, seus usos e costumes como vemos aqui no Rio Grande do Sul... a nossa terra!
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