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Abelhas, geleia real e educação
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Abelhas, geleia real e educação

A vida de uma abelha pode bem ser comparada a de um antigo escravo, que trabalhava desde o dia que nasceu até a sua morte, literalmente. Costumamos nos encantar com o trabalho que elas realizam, e realmente são indispensáveis para a produção de alimentos quando polinizam as plantações de grãos e frutas, mas esquecemos de que esta dedicação alucinada pela busca de néctar e pólen lhe custa a própria vida. Com atribuições definidas de prover a colmeia de comida, limpeza, alimentação das demais abelhas, defesa e construção de favos de cera, ainda procuram locais floridos e ensinam as suas companheiras, através de danças rituais, onde acharam os tesouros. Abnegação que não encontramos paralelo em nossa sociedade.
Trabalhar pela comida era coisa daqueles escravos, literalmente. Na história da humanidade sempre tivemos exemplos de civilizações escravagistas, necessitando de mão de obra para tocarem a sua agricultura, erigirem suas cidades e monumentos. Imaginem a quantidade de escravos que deram suas vidas, como abelhas obedientes e resignadas, somente na construção das três principais pirâmides do Egito, ou na edificação dos aquedutos romanos e nas praças cerimoniais dos Maias. A abelha não sabe que é uma escrava, ela nasce com sua genética definida para aquela função e assim não sente o peso de ser uma maquininha de trabalhar pela colmeia, como conhecemos. O mesmo que robôs em série, são criadas a partir de uma alimentação diferenciada no ovo posto pela rainha, que será determinante em sua forma e função futura na colmeia. Ganhando apenas alimentos mais simples, como mel, própolis e outras misturas, o seu destino social será o de uma operária obstinada; ovos não fecundados definirão um zangão que só servirá para reproduzir; finalmente se o ovo for alimentado maciçamente com a geleia real, um composto rico em açúcares e outros nutrientes, formará uma nova rainha.
Em nossa sociedade, ao contrário, nascemos teoricamente todos com o mesmo potencial para sermos pessoas livres, instruídas, educadas e bem sucedidas no meio em que nascemos. O que então vai nos diferenciando uns dos outros? A nossa geleia real não é unicamente o alimento, mas é a EDUCAÇÃO, esta sim se ministrada com doses certas e abundantes, nos fará diferenciados, como as rainhas das colmeias. Sem educação criamos hordas de abelhas humanas que, sem outras qualificações ou aspirações, dedicam-se a buscar néctar e pólen para nutrir seus irmãos que vão nascer como eles. É certo que não podemos ter uma colmeia só de rainhas, bem nutridas e diferenciadas geneticamente, mas podemos ter uma colmeia humana melhor preparada para a vida, mesmo que a maioria seja dedicada à busca do néctar e do pólen, mas que isso seja feito de forma consciente e como alternativa, nunca uma decisão da genética do meio. Assim teríamos uma sociedade mais justa, alegre e divertida, com pessoas trabalhando, mas também lendo, ouvindo música, viajando e se relacionando, diferente de uma abelha, que só vê trabalho doméstico, néctar e pólen à sua frente, independentemente de quem seja a sua rainha.

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