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COMUNIDADES BUSCAM ESPAÇO PARA RESGATAREM TRADIÇÕES
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COMUNIDADES BUSCAM ESPAÇO PARA RESGATAREM TRADIÇÕES

COMUNIDADES BUSCAM ESPAÇO PARA RESGATAREM TRADIÇÕES

DIA DOS POVOS INDÍGENAS

O Brasil celebrou na terça-feira (19) o Dia dos Povos Indígenas. De acordo com o último censo realizado em 2010 pela Fundação Nacional do Índio (Funai), há no Rio Grande do Sul 18,5 mil indígenas de grupos étnicos Guarani, Mbia Guarani, Kaingang e mistos.
Conforme dados disponíveis, o Estado possui em torno de 140 terras indígenas. Em Canela, dados da Secretaria Municipal de Assistência, Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação apontam que vivem na cidade cerca de 150 pessoas de origem Mbia Guarani e Kaingang, distribuídas em três aldeias.
Os redutos indígenas estão em terras junto à Usina Hidrelétrica dos Bugres e também na Floresta Nacional de Canela (Flona), pertencente ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Os grupos são oriundos de diferentes regiões do Estado, como Nonoai, São Leopoldo, Tenente Portela e Porto Alegre. Eles lutam na Justiça pela posse da Flona, uma vez que acreditam que a floresta originalmente é área indígena e que foi habitada pelos seus antepassados.
Enquanto a discussão se arrasta e a demarcação não acontece, algumas famílias buscam sustento no comércio informal nas ruas e também por meio de mendicância, o que é proibido por força de legislação federal. Pontos de venda são instalados diariamente no entorno da Catedral de Pedra e em vias centrais com maior fluxo turístico.

COMUNIDADES BUSCAM ESPAÇO PARA RESGATAREM TRADIÇÕES

CAPITÃO Oséas Crespo busca renda com venda de itens no Centro de Canela
Fotos: André Aguirre

SUSTENTO VEM DO COMÉRCIO NAS RUAS

COMUNIDADES BUSCAM ESPAÇO PARA RESGATAREM TRADIÇÕES

Segundo na hierarquia da aldeia Konhun Nan, o capitão Oséas Crespo, 28 anos, pertencente à tradicional etnia Kaingang, revela que a sua aldeia reúne 27 famílias na Flona. Ele e seus companheiros estão otimistas quanto à regularização em definitivo da floresta nacional a favor do povo indígena.
“O documento de Brasília já chegou e está tudo certo. Está escrito que lá é terra indígena e estamos esperando até o final desse mês para entrar nas casas que estão sobrando, que o homem branco deixou lá”, revela.
O capitão explica que Canela foi o destino escolhido pela comunidade indígena por acreditarem que a Flona antigamente era território indígena.
“Então nós voltamos para essa terra”, afirma. Porém, as comunidades indígenas que vivem em Canela também têm na circulação turística uma forma geração de renda, comercializando artesanato indígena e outros artigos para por comida na mesa.
“Vendemos bastante artesanato feito de cipó e taquara, mas como aqui nós não temos, buscamos cipó e taquara em Guaíba”, garante.
Crespo revela que o verão é a principal temporada de vendas para os indígenas no município. Por dia, na estação mais quente do ano, ele consegue faturar em média R$ 400,00 e, em outras épocas, essa margem cai para R$ 150,00.

GRANDE FESTA PREVISTA PARA MAIO

A data em comemoração a existência dos povos indígenas não foi celebrada nas aldeias locais porque foi transferida para 17 de maio, para ser celebrada com “pompa e circunstância”.
“Queremos fixar nossa etnia aqui. Nas outras comunidades, ocorreram várias comemorações e nós mudamos o dia para poder convidar todo mundo para vir para cá”, conta.
Por isso, no próximo dia 17, a aldeia de Crespo espera atrair de 400 a 500 integrantes de tribos de todo o Estado, em especial de Tenente Portela, cidade de onde ele seus familiares vieram há sete anos. Será uma data onde eles pretendem promover um resgate das tradições indígenas. “Vamos fazer uma festa, com uma apresentação, uma dança, com a comida do índio”, diz.
CASA DE CURA
O dia a dia dos Kaingang em Canela inicia com preparativos para enfrentar uma jornada de trabalho. Rezar e agradecer estão entre os hábitos rotineiros. Na Flona, os Kaingangues ergueram a Casa de Cura Inh Kagtá (Meu Remédio), espaço onde eles buscam ajuda e também debatem questões que afetam toda a população indígena.

“QUEREMOS VIVER CONFORME A NOSSA CULTURA”

Sobre a eventual regularização para ocupação da Flona, o capitão Crespo salienta que, além de habitar as moradias que existem na floresta, as comunidades também têm como objetivo manter vivos os costumes indígenas.
“Queremos viver conforme a nossa cultura. Há muitas áreas que perderam a sua cultura e o que nós queremos é voltar a viver nossa cultura aqui em Canela.”, declara.
A possível mudança também envolve a alimentação do povo indígena. “Muitas pessoas indígenas comem comidas de homem branco e nós queremos voltar ao nosso normal, comendo fuá, komi, milho e bolo na cinza”, conta.

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