DIMAS COSTA E A POESIA
(em versos ...)
Dimas Costa, sem sombra de dúvidas foi um dos maiores poetas do RS e sua poesia, muito útil principalmente para piás e prendinhas em seus primeiros passos no Movimento Tradicionalista.
Assim, de imediato, vamos ver uma dessas poesias. O poema abaixo, por sua rara beleza, é digno de figurar em qualquer antologia crioula...
CACIMBA
Cacimba de água clara, / espelho de minha infância.
Cacimba onde em criança / tantas vezes fui bombear o jeito da minha cara.
Cacimba de água pura, / tão pura, tão azulada,
que a gente quando bebia / até mesmo não sabia
se estava bebendo água, / se estava bebendo céu.
Cacimba nas tuas águas / ficou pra sempre o segredo,
que tanto medo me dava, cada vez que os olhos meus
roçavam no teu espelho / sem nunca enxergar o fundo.
Mistério não sei de quê, / pois nunca pude saber.
Somente a aranha medonha, / que morava nas tuas bordas,
sabia o que eu não soube / desse mistério profundo...
Cacimba de água clara, / espelho da minha infância.
Quantas vezes saciaste / a sede bruta que eu tinha
de cansaços, nos folguedos / dos meus tempos de guri.
Cacimba, mais do que nunca / eu hoje clamo por ti.
Cacimba, eu estou exausto, / tenho o coração em fogo,
tenho a alma ressequida. / Cacimba, mata-me a sede
que eu trago neste cansaço / dos atropelos da vida.
Dimas Costa, vale lembrar, além de poeta e escritor, atuou por vários anos no teatro e no cinema (destaca-se aí, suas participações em filmes de Teixeirinha e José Mendes – onde prevalecia o humor do artista). Participou ativamente de peças e filmes que enfocavam a história do Rio Grande do Sul... a nossa terra.
Olá, deixe seu comentário para DIMAS COSTA E A POESIA
Jornal Nova Época Login:
Informe seu e-mail abaixo para continuar!
X