Jornal Nova Época O Jornal do seu tempo

loader
X

Fale Conosco:

Aguarde, enviando contato!
<<< VOLTAR
Lendas do RS – Negrinho do Pastoreio
  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook00
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp

Lendas do RS – Negrinho do Pastoreio

As lendas, todas, não raro, nos contam das primícias da história, como no caso da Lenda do Negrinho do Pastoreio – nascida praticamente junto à nossa história gaúcha...
...Naquele tempo os campos ainda eram abertos, sem divisas ou cercas, onde viviam, harmoniosamente avestruzes (emas), veados e gadaria xucra. Nesse tempo, também, havia um senhor estancieiro (com muitos surrões cheios de dinheiro!) que não tinha olhos pra outra coisa que não para o filho manhoso e esperto, um baio cabos-negros que era seu parelheiro predileto e um escravo – pretinho como carvão, criança ainda – a que todos chamavam o negrinho.
Sem pais, nem padrinhos, nem nome, se dizia “afilhado da Virgem, Senhora Nossa”. Todos os dias, galopava o baio, servia o chimarrão ao patrão e, sofria os maus tratos do filho do estancieiro.
Ao perder uma carreira (contada como ganha) montando o baio, ganha o castigo de “pastorear” por trinta dias uma tropilha de trinta tordilhos negros. Veio o sol, a chuva, o vento, o frio, a noite, a fome. E, pensando na sua madrinha, Nossa Senhora, dormiu. E dormiu.
Ao acordar, chora ao ver as cordas roídas pelos graxains e sem avistar a tropilha. E, o filho maleva, vai e conta ao pai o sucedido.
Amarado a um palanque, leva uma surra de relho e, mesmo na noite fechada, manda-o procurar a tropilha. Pensando em sua madrinha, vai ao oratório da casa, pega um côto de vela e sai noite adentro, por coxilhas, canhadas, lagoões e restingas. Eis que, a cada pingo da vela benta, uma nova luz clareava a noite que, foi clareando, clareando até que o piá encontra sua tropilha. Achou seu pastoreio.
Mas, vencido pelo cansaço, adormece de novo. Vem o filho do estancieiro e solta a tropilha, por pura maldade. Chorou. E dessa vez, o negrinho apanha até a morte e é jogado em um formigueiro.
Passado alguns dias, de tanto bater o campo sem achar a tropilha, o estancieiro vai ao formigueiro ver o que restou do negrinho. E o vê sarado e risonho, ao lado de sua madrinha a Virgem, Senhora Nossa. Mais adiante, a tropilha de tordilhos negros e o cavalo baio. Cai de joelhos e o negrinho, sem rir nem chorar, pula em pelo no baio, chupa o beiço e toca sua tropilha.
Ele achou seu pastoreio.
O sucedido correu o vizindário... do patrão de joelhos, da tropilha encontrada, do negrinho vivo na panela do formigueiro. E então acenderam-se velas e rezaram-se Padre-nossos pela alma do judiado.
E até hoje ele anda por aí procurando objetos perdidos. Quem perder algo de estimação, ascenda uma vela para o Negrinho do Pastoreio e vá dizendo: foi por aí que eu perdi... foi por aí que eu perdi... foi por aí que eu perdi...
Se ele não achar... ninguém mais!!!
O Negrinho do Pastoreio é o “santo” dos homens do campo, da cidade e de todo o Rio Grande do Sul... a nossa terra!

  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook00
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp

Olá, deixe seu comentário para Lendas do RS – Negrinho do Pastoreio

Enviando Comentário Fechar :/

PUBLICIDADE Jornal Nova Época