O GALPÃO E O PALÁCIO
(com algumas diferenças, mas iguais...)
Galpão: Construção existente nas estâncias, para homens e animais. Objetos e máquinas. Também estábulo e estrebaria.
Mas para o gaúcho ele é mais... muito mais. É o aconchego da peonada, o recinto do fogo de chão, do braseiro do churrasco, do abrigo ao andante gaudério.
Ano de 1971. Acatando uma ideia de Glaucus Saraiva, o então governador do Estado Euclides Triches construiu um galpão – réplica dos tradicionais abrigos das nossas estâncias – em um dos patamares do jardim do Palácio. O novo espaço serviria para receber os convidados do Governo na simplicidade dos nossos usos e costumes, de maneira informal e sem etiqueta.
O próprio Glaucus saiu de fazenda em fazenda, em busca de modelos, além objetos para sua futura decoração, numa típica réplica histórica. E o galpão, então, foi construído com madeira de costaneira e coberto com capim santa-fé, no melhor estilo campeiro. (Em 1996, sofreu uma reforma, quando sua cobertura foi substituída por telhas de barro, estilo colonial).
E o galpão, em sua simplicidade e beleza rústica, contrasta com a imponência neoclássica da arquitetura do Palácio Piratini.
O Glaucus, poeta, folclorista e pesquisador, nesse ambiente, recebeu muitas autoridades convidadas pelo Governo do Estado, falando da nossa história e cultura.
Contava, inclusive, o acontecido com um Bispo estrangeiro, ao ser-lhe entregue uma cuia de chimarrão (mas essa é uma outra história...).
Em 1983, no dia 1º de agosto, através do Decreto Estadual nº 31.204 o Galpão Crioulo do Palácio Piratini passou a chamar-se “Galpão Gaúcho Glaucus Saraiva” – recém falecido a 17 de julho daquele ano.
Uma justa homenagem para quem acreditou e considerava o Galpão “um templo simbólico da tradição”, como também “um foco irradiador da cultura Sul-Rio-Grandense”.
Glaucus Saraiva da Fonseca foi folclorista, tradicionalista, historiador, professor, pesquisador, conferencista, jornalista, radialista, músico e poeta pioneiro no tema “regionalismo gaúcho”. E, também, muito atuante na maçonaria e no escotismo.
Ele, juntamente com o Paixão Côrtes e o Barbosa Lessa, formaram uma espécie de “gauchíssima trindade” do tradicionalismo. E hoje, com certeza, estão os três – o Glaucus, o Lessa e o Paixão – mateando num galpão celestial de alguma nuvem desgarrada...
Histórias que contam a própria história do Rio Grande do Sul... a nossa terra!
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