Eu ainda não havia comentado nada sobre os episódios relacionados a corrupção, derivados da Operação Caritas, que vieram à tona no ano passado. Entretanto, dados os últimos acontecimentos, sou obrigado a me manifestar.
Sempre que eu assistia pela TV os surreais episódios no Rio de Janeiro, envolvendo deputados e vereadores que, mesmo presos, continuavam a exercer seus mandatos, eu tratava aquilo como algo distante, que possivelmente nunca experimentaríamos no nosso estado ou em nossa cidade.
Acontece que nesta semana, para surpresa e indignação da comunidade, temos um vereador, no curso de seu mandato, que se encontra preso! Alberi Dias segue titular de uma vaga na câmara e recebendo seus proventos. Chegamos ao cumulo de termos dois vereadores ocupando a mesma cadeira por alguns dias.
Impossível não correlacionar estes fatos e culpar a Câmara de Vereadores de Canela, que se omitiu vergonhosamente, deste o início das investigações. Primeiro se negando a instalar uma CPI para apurar, não com um investigação policial, mas politicamente, os fatos apurados pela Polícia Civil de Canela. Depois, ao não remeter imediatamente a comissão de ética a abertura de um processo de apuração dos fatos contra o Vereador Alberi, os edis coroaram sua omissão.
Aliás entraram em recesso, provavelmente na esperança que a poeira baixasse. Agora são atropelados pelos fatos e submetem a comunidade de Canela a vergonha suprema de ter um vereador, na plenitude de suas atribuições, preso!
Ninguém deve ser condenado por antecipação, sem a apuração dos fatos, mas é dever da Câmara de Vereadores dar uma satisfação política aos cidadãos canelenses. Deveriam ter afastado o vereador, ao menos até que ele estivesse solto, ou cassado o seu mandato diante da aparente clareza de fatos que, se não são crimes, claramente ferem o decoro parlamentar.
Na política, como escrevi durante o episódio do tornado, não basta estar certo, é preciso parecer certo. Uma pena que o MDB canelense, na figura do prefeito e de seus demais quadros, não tenha aprendido nada com o que ocorreu durante o primeiro mandato com o acontecimento do tornado.
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