OPERAÇÃO MIRA CONTRATOS DA SECRETARIA DE TURISMO
10ª FASE DA CÁRITAS
Em sua 10ª fase, a Operação Cáritas da Polícia Civil concentrou a investigação em casos de corrupção na Secretaria de Turismo de Canela. O principal alvo da operação foi o ex-secretário da pasta, Ângelo Sanches, que acabou preso preventivamente. Também foram presos os empresários do ramo de produção de eventos Elias da Rosa, que foi diretor do Sonho de Natal, e José Fernando Marques, proprietário da 1ª Casa Produções.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos, na manhã de quarta-feira (14), três afastamentos cautelares de servidores públicos, 29 mandados de busca e apreensão, mais de uma centena de quebras de sigilo, apreensões de cinco veículos, bloqueios de 10 contas bancárias, sequestro de dois imóveis, proibição de contratação com o poder público para 22 pessoas físicas e jurídicas. Ao todo, 90 policiais civis participaram da operação policial. Sob coordenação do delegado Vladimir Medeiros e do delegado regional Heliomar Franco, a operação cumpriu 218 medidas judiciais simultaneamente. Além de Canela, foram feitas buscas em Porto Alegre, Marau e Tijucas, no Estado de Santa Catarina.
Três servidores públicos (CCs) lotados na Secretaria Municipal de Turismo foram afastados cautelarmente de seus cargos. Na ação, também foram cumpridas buscas em 29 endereços - 26 delas em Canela. Além de endereços de empresas e residências, as buscas foram realizadas nos prédios da Prefeitura de Canela e a da Secretária de Turismo.
Os cinco veículos apreendidos têm valor estimado em R$ 500 mil.
Dois imóveis do ex-secretário Ângelo Sanches foram sequestrados pela Polícia Civil e estão indisponíveis. Um deles é um apartamento avaliado em mais de R$ 1 milhão, localizado na rua Dona Carlinda. O outro é uma casa, avaliada também em mais de R$ 1 milhão. Segundo a investigação policial, os dois imóveis foram adquiridos ilicitamente. Na ação, ainda foram bloqueados valores em 10 contas bancárias. O montante ainda não foi contabilizado.
Com a decisão judicial, 22 pessoas físicas e jurídicas estão proibidas de contratar com o poder público canelense pelo período de um ano. Todas são ligadas ao ramo de turismo e eventos.
APARATO policial cumpriu 26 mandados de busca em Canela
SÃO INVESTIGADAS 48 PESSOAS E EMPRESAS QUE PODEM TER DESVIADO R$ 2,8 MILHÕES
A investigação da Polícia Civil de Canela, que começou em novembro de 2021, apura a participação de 48 pessoas - 27 físicas e 21 jurídicas, entre servidores públicos (CCs), empresas e empresários do ramo de turismo e eventos. Foram apuradas possíveis irregularidades em pagamentos e contratos que somam cerca de R$ 2,8 milhões.
De acordo com o delegado de Canela, Vladimir Medeiros, responsável pela Operação Cáritas, uma organização criminosa foi instalada na Secretaria Municipal de Turismo. O delegado observa que o grupo realizava contratações de empresas por inexigibilidade de licitações. “Após receberem os valores pagos pela Prefeitura Municipal em contratos, repassavam parte da quantia a agentes e servidores públicos da própria pasta. A investigação policial apurou, inclusive, pagamentos diversos feitos diretamente na conta dos investigados ou aquisição de bens, como imóvel e veículo, por parte dos empresários contratados pelo Executivo Municipal para a realização de eventos na cidade”, descreve.
A Polícia Civil verificou, ainda, esquema ilegal em que empresários da região patrocinavam eventos e reformas em prédios públicos de Canela, realizando os pagamentos. No entanto, os patrocínios eram depositados em contas particulares ou das empresas de que eram sócios ocultos os servidores, de modo a dificultar a fiscalização e controle sobre dos valores.
Além de agentes das Delegacia de Polícia de Canela, Gramado, São Francisco de Paula, Rolante, Taquara, Três Coroas, Igrejinha, Riozinho, Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Marau, além de Tijucas, no Estado de Santa Catarina, a investigação e a ação policiai contou com o apoio da Divisão de Inteligência Financeira, do Gabinete de Inteligência e Estratégia da Chefia da Polícia Civil.
OPERAÇÃO cumpriu buscas na Secretaria de Turismo
DECISÃO SOBRE RESPONDEREM EM LIBERDADE SAI SEXTA
Acompanhados pelos seus advogados, os três presos tiveram audiência de custódia na tarde de quinta-feira (15). Ângelo Sanches, Elias da Rosa e José Fernando Marques ficaram frente a frente com o juiz responsável pela 1ª Vara do Foro de Canela, Vancarlo André Anacletto. Foi o magistrado quem, a partir de uma solicitação da Polícia Civil, determinou as prisões preventivas (por tempo indeterminado) dos três acusados. Eles responderam a perguntas do promotor de Justiça substituto, Bruno Pereira, de São Francisco de Paula, e também de Anacletto. O promotor solicitou prazo para se manifestar. Por isso, a decisão sobre a soltura dos réus ou não deve ser divulgada na manhã de sexta-feira (16).
Os defensores de Sanches, Elias e Marques apresentaram argumentos com objetivo do relaxamento das prisões para que os três possam responder o processo em liberdade. “Não estou discutindo responsabilidades neste momento. Vamos fazer isso durante a instrução processual. Eles preencham os requisitos necessários para responderem o processo em liberdade e estou buscando isso no momento”, comenta o advogado especialista em Direito Criminal, Jair da Veiga, que assiste Elias da Rosa e José Fernando Marques.
Os dois acusados estão na mesma área no Presídio Estadual de Canela (Pecan), em um espaço isolado da massa carcerária até que o resultado da audiência de custódia seja divulgado. “A defesa acredita na Justiça. Ângelo provará no decorrer do processo que é inocente. A defesa está á disposição para colaborar com o julgamento”, diz o advogado do ex-secretário de Turismo e Cultura, Ricardo Cantergi.
PREFEITURA foi alvo novamente das buscas
OS FATOS INVESTIGADOS PELA POLÍCIA CIVIL
- Pousada na região central de propriedade do ex-secretário e da ex-adjunta do Turismo.
- Mesmo afastado na 3ª fase da Cáritas, a Polícia Civil apurou que o ex-secretário Ângelo Sanches seguiu com atividades.
- O ex-secretário, segundo apurou a Polícia Civil, teria recebido cerca de R$ 220 mil em diárias. O inquérito aponta que Sanches fez viagens para feiras de turismo com hospedagem paga pela Prefeitura de Canela após ser afastado do cargo.
- Portal em formato de coração na praça João Corrêa foi construído pela Secretaria de Obras, mas uma empresa terceirizada recebeu pela execução do serviço.
- Ex-secretário é acusado de ser sócio oculto de empresas de eventos.
- Investigação aponta que empresários do ramo de eventos contratados pela Prefeitura de Canela fizeram a entrega de valores em espécie ao ex-secretário.
- Apartamento na rua Dona Carlinda, avaliado em R$ 1 milhão, de propriedade de Sanches, teve parcelas pagas pelas empresas de eventos contratadas pela Prefeitura de Canela.
- Investigação apurou que um veículo de alto padrão, de propriedade do ex-secretário, foi pago pelos empresários contratados pela Prefeitura de Canela.
- Inquérito policial aponta diversas irregularidades em eventos públicos. Além de problemas na captação de patrocínios, a Polícia Civil denuncia a ausência de fiscalização de contratos.
- O trabalho de investigação apurou que o ex-secretário Ângelo Sanches e o empresário Elias da Rosa seriam sócios.
- Investigação aponta que R$ 700 mil referentes a patrocínios para eventos foram depositados em contas particulares.
- Nas reformas de prédios públicos, como o Teatrão, foram depositados patrocínios em contas particulares.
- Inquérito aponta o superfaturamento na prestação de serviços de produção de áudios. O contratado recebeu R$ 60 mil pelo serviço. Segundo apurado pela Polícia Civil, o valor de mercado para a execução do trabalho varia entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. No mesmo dia em que foi pago pela Prefeitura de Canela, o contratado depositou R$ 50 mil na conta do ex-secretário.
- Investigação também apurou superfaturamento na contratação de banda nacional. Segundo a Polícia Civil, Canela pagou de 30% a 40% a mais do que a banda cobrou por outros shows no mesmo período.
- Diversas empresas dos envolvidos estavam registradas nos mesmos endereços.
DOCUMENTOS foram apreendidos pela investigação
AFASTADOS SEM REMUNERAÇÃO
Em nota oficial, a administração municipal de Canela informa que vem colaborando com as etapas da Operação Cáritas, sempre que solicitada pela Justiça e órgãos de segurança. A operação segue em andamento e o executivo, tão logo intimado dos atos decorrentes, procederá na adoção das medidas necessárias e cabíveis no caso. Segundo a Prefeitura de Canela, os citados na operação foram afastados sem remuneração.
POLICIAIS buscaram contratos que possam servir de prova na investigação
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