OS VENTOS DO RIO GRANDE
(Soprando rimas...)
O poeta José Hilário Retamozo – sócio co-fundador e ex-presidente da Estância da Poesia Crioula, foi um dos mais férteis escritores e poetas do nosso Estado, tendo escrito dezenas de livros de poesias, entre os quais Lua Andarenga, ABC do Brigadiano, Décimas e Milongas, Trovas e Trovões, 1ª Antologia dos Poetas Brigadianos, Abecedário Leonístico, entre outros.
Minuano
(José Hilário Retamozo)
“Por noites e dias de ronda
pelo alto mar das coxilhas
e os ranchos – soturnas ilhas –
se encolhem ao frio das ondas.
Estâncias, como navios / entre além-mar e céu largo,
ancoram no mate amargo, / que aproxima os erradios;
Os ponchos vergam os mastros, / porque os enfuna o minuano
e a estância é um navio humano / flutuando entre campo e astros.
No porto das pulperias, / as naves andejas aportam.
E em poucas palavras cortam / o rumo das ventanias
para assombrar as veredas, / nem boitatás aparecem;
Porque no frio só florescem / as flores das labaredas.
Enquanto a lua se entangue / no contracéu dos espelhos,
nos galpões toros vermelhos, / filtram calor para o sangue.
Aclaram-se as madrugadas, / ao giro lento das horas...
Minuano corta de esporas / o céu que sangra alvoradas”.
Os principais ventos do RS são o Minuano, o Vento Norte ou Nordestão, o Pampeiro, o Sudeste.
Os ventos, vale lembrar, sempre foram motivo de inspiração do gaúcho em poesias e canções. Já na literatura, basta lembrar que em “O Tempo e o Vento”, Érico Veríssimo já dizia, na voz da Dona Picucha: “noites de ventos, noites de mortes...”.
E entre todos, o Minuano é o vento que mais “fala” do Rio Grande do Sul... a nossa terra!
Da sapiência dos almanaques: Antes ficar mudo, parecendo um tolo, do que falar, acabando com as dúvidas!
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