POETAS E POESIAS

(Falando de identidades...)

A poesia, como sabemos, é a forma literária em que o poeta fala de alguém, de um determinado lugar, etc. É uma das maiores formas de expressão e, no caso do Rio Grande do Sul, sem demonstrar querer ser a mais bela, é muito especial.

Farrapo:...
(.............)
Fui soldado de Bento Gonçalves, / João Antônio me viu ao seu lado;
Na peleia fui sempre valente, / sempre guapo no pingo montado”.
(Assis Brasil – Canto Farrapo).

“E o velho Antônio, galhardo , / por amor de seu rincão,
foi preso de armas na mão, / lutando atrevido e guapo.
O neto dum farroupilha / nesse topo de coxilha,
lembrava um herói farrapo”.
(Zeca Blau – Trovas da Estância do Abandono).

“Mas têm-se esperança ainda / de que, dando a lição linda,
que do passado aprendeu, / nossa gente ativa e guapa
retire a lança farrapa / que colocou no museu”.
(Rui Cardoso Nunes – Lança Farrapa)

E nesse final de inverno, lembremos a poesia de Jayme Caetano Braun:
Do tempo:...
“O tempo vai repontando / o meu destino pagão.
Vou tenteando o chimarrão / da madrugada clareando
enquanto escuto estralando / o velho brasedo vivo,
neste ritual primitivo / sempre esperando, esperando.

(.........) Pensamento complicado / do índio que chimarreia
bombeando na volta e meia / do presente no passado.
Depois sigo ensimesmado / mateando sempre na espera;
o fim da estrada é a tapera / o não se sabe do eterno:
mas a esperança do inverno / é a volta da primavera”.

É a nossa poesia “gauchesca”, também chamada de poesia “gaúcha”, poesia “nativista”, poesia “crioula”... falando de tempos e ventos; de chuvas e sóis; e, principalmente, falando do gaúcho e sua identidade maior: seu amor pelo Rio Grande do Sul... a nossa terra!