PRIMÓRDIOS DO MOVIMENTO TRADICIONALISTA (1)
(E os cadernos do velho IGTF...)
Os tradicionalistas mais jovens, com certeza, notam que há uma lacuna sobre a constituição dos primeiros Centros de Tradições Gaúchas...
Na verdade, apesar do 1º CTG aparecer só em 1948, a história é muito mais antiga, como veremos a seguir.
Conforme Hélio Moro Mariante em ”História do Tradicionalismo Sul-Rio-Grandense” (1976), “ainda não transcorrera século e meio desde a fundação oficial do Rio Grande do Sul, 19/02/1737, e o gaúcho, principalmente o que se encontrava radicado nos maiores centros, já sentia a forte atração que a sua terra, os seus pagos, a sua querência, exerciam em sua idiossincrasia.
Este sentimento de apego ao seu torrão natal, sua auto-afirmação de suficiência, este telurismo congênito foram-lhe inculcados, sem dúvida, pela aguerrida participação dos seus maiores nas constantes lutas mantidas para a demarcação e manutenção das lides meridionais de sua pátria, onde interesses alienígenas de além-mar queriam fazer valer o seu domínio.(..........)”.
A isso tudo, soma-se o modo de vida – principalmente no homem do interior – com patrão e peão em pé de igualdade, mourejando de sol a sol... e uma amizade enraizada nafraternidade da cuia de chimarrão.
Um exemplo de firmeza de caráter pouco comum que atravessou gerações:a palavra empenhada, o fio de bigode, o respeito à família.
Somando-se, ainda, o apego ao torrão natal, o amor aos pagos, uma grata ternura à querência.
Como se não bastasse, outras influências se fizeram presentes nessa primeira arrancada de civismo rio-grandense.
O Partenon Literário
Em plena Guerra do Paraguai, em 1868, é fundado em Porto Alegre o Partenon Literário por um grupo de intelectuais gaúchos. A principal agremiação cultural do Estado no século XIX. E torna-se, de imediato, o porta-vozdo telurismo, proclamando aos quatro ventos patriotismo, “gauchismo”e sentimento pela terra tão nova e tão sofrida, através de revistas, livros, artigos de jornais e saraus.
Nasceram ali as primeiras obras versando assuntos regionais:
- A “Divina Pastora”(1847) e “O Corsário” (1849) deJosé Antônio do Vale CALDRE E FIÃO. A Sociedade Partenon Literário teve como idealistas e líderes, Caldre e Fião e Apolinário Porto Alegre. Sua obra maior foi a de trazer a cada um o espírito nativista gaúcho, principalmente àqueles que, abandonando o campo, se instalaram na “cidade grande” alheia aos usos e costumes nativos. Estava renascendo o sentimento que viria nutrir os fundadores dos primeiros CTGs. Mas antes, houveram outras agremiações pioneiras no cultivo das tradições do Rio Grande do Sul... a nossa terra!
(Continua na próxima edição).
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