SABORES DA COLÔNIA NA PRAÇA ATÉ O DIA 31
CHEIRO DE PÃO FRESQUINHO
O interior de Canela está em festa. Desde o dia 15, a cidade vive as atrações da 28ª Festa Colonial. Após ocorrer por anos no Centro de Feiras, a edição deste ano foi realocada para o Centro.
Quem passar pela praça João Corrêa até o dia 31, data de encerramento, vai sentir o aroma da gastronomia típica da colonização italiana e alemã. Em um espaço especialmente preparado para receber os festejos do interior, turistas e moradores podem conhecer as delícias produzidas na zona rural, como pães, cucas, geléias, queijos, sucos, massas, entre outras.
Distribuídos em pequenas bancas em uma área coberta, os produtos estão ao alcance dos visitantes para compra e também para consumo no local.
O atendimento destacado pela simpatia dos colonos é um dos fatores que contribui para o sucesso da festa, somado a qualidade e gama de produtos.
Promovida pela Secretaria de Turismo, a expectativa é de que um público entre 70 a 100 mil pessoas passe pela 28ª Festa Colonial. A festividade é responsável por engordar a renda das famílias do interior. Os lucros possibilitam melhorias e maiores investimentos em suas agroindústrias e propriedades.
“Enaltecer o trabalho do povo que vive na zona rural do município, que produz muito do que vai para as nossas mesas e promover um evento que oportunize diversão e alegria aos nossos expositores, apoiadores e ao público que nos prestigia é nosso maior objetivo” comenta a secretária de Turismo e Cultura, Carla Reis.
Entre as atrações culturais da programação, destaque para o desfile que ocorre aos sábados, a partir das 15 horas. O cortejo inicia na Catedral de Pedra e segue até a praça João Corrêa, levando muita diversão ao longo do percurso. As atuais soberanas do evento, agricultores e uma animada bandinha ditam o tom do desfile colonial.
A programação cultural também inclui shows musicais, onde talentos locais sobem ao palco diariamente a partir do meio-dia e embalam o público.
Por meio de uma parceria entre a organização da festa e a Universidade de Caxias do Sul (UCS), ocorrerá uma oficina de gastronomia. A aula iniciará às 16 horas e ensinará o preparo de pratos típicos da culinária colonial.
No domingo (24), entre as atrações, está previsto um passeio ciclístico de 22 quilômetros de distância com saída no Centro, passando pela localidade de Chapadão, seguindo por vias rurais, com subidas desafiadoras em meio aos eucaliptos onde os participantes conhecerão um pouco mais da zona rural de Canela.
Durante o trajeto, os ciclistas poderão visitar algumas propriedades, degustar quitutes e contemplar paisagens deslumbrantes. O ponto alto da 28ª Festa Colonial de Canela será no dia 30, com a escolha da corte 22/23 da festa. Mais informações no instagram @canelars e no facebeook canelapaixaonatural.
A Festa Colonial de Canela é uma realização da Prefeitura Municipal/Secretaria de Turismo e Cultura, Secretaria de Obras, Emater e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com apoio da Sicredi Pioneira – 120 anos e colaboração da Cervejaria Farol.
FAMÍLIA utiliza os oito fornos montados na praça e chega a produzir mil unidades de cucas por dia
Foto: Marina Gil
FAMÍLIA CHAULET COMANDA OS FORNOS
A família Chaulet, da Linha Rancho Grande, é responsável por produzir as grandes estrelas da gastronomia da Festa Colonial. É pelas mãos de 12 pessoas que as delícias, como cucas de vários sabores, os pãezinhos recheados com lingüiça e de aipim, são produzidas. Sob o comando de Gabriela Chaulet, 39 anos, a equipe inicia os trabalhos nos fornos às 7 horas para tudo estar pronto às 10 horas, quando inicia o atendimento ao público.
A família utiliza os oito fornos montados na praça e chega a produzir mil unidades de cucas por dia. Cada integrante da família tem funções definidas entre forneiros, vendedoras e produção. “Nos preparamos o ano inteiro para a Festa Colonial”, conta Renata Chaulet, 23 anos. “Gosto muito de trabalhar na festa. Eu trabalho na Festa Colonial com a mãe desde os meus 10 anos de idade. Sinto muita gratidão”, diz Viviane Chaulet, 19 anos.
AGRICULTORES QUEREM PERMANECER NO CENTRO
O grande destaque da Festa Colonial deste ano é a localização do evento. A praça João Corrêa recebeu estruturas para abrigar a programação artística e de alimentação. O espaço ficou mais à vista principalmente de turistas, que circulam em grande número. A área coberta contribui para a permanência do visitante no local.
O novo endereço agradou os expositores que agora buscam a permanência na praça central. O fluxo turístico intenso está refletindo na renda das famílias positivamente. “O movimento está ótimo. É o melhor ano comparado com o primeiro que trabalhamos. Gostaríamos de ficar na praça o ano inteiro. A Festa Colonial nos ajuda muito financeiramente”, afirma Viviane Chaulet.
“A nova localização da festa está melhor. Todo mundo tem acesso. A nossa visibilidade está melhor. Os turistas sabem que estamos aqui”, complementa Renata Chaulet. Para Patrícia Macedo Oliveira, da Agroindústria Casa das Massas, a nova estrutura da festa está agradando os turistas. “Eles estão gostando, estão satisfeitos com o atendimento. Estamos muito felizes, muito bom trabalhar assim”, diz Renata. “Está muito bom o movimento. A praça é um bom local para expormos e vendermos”, diz Alessandra da Silva Vallim, da Queijaria Alvorada Missioneira. Após o término da festividade, uma reunião de avaliação do evento com a participação da Prefeitura, Emater e Sindicato Rural irá decidir sobre o futuro da Festa Colonial.
ELISANGELA e Alessandra, da Queijaria Alvorada Missioneira
Foto: Marina Gil
MASSAS PARA TODOS OS GOSTOS
Foto: André Aguirre
Na praça de alimentação da Festa Colonial, a Agroindústria Casa das Massas comercializa massas, sopas e caldos. A empresa faz parte da principal festa do interior canelense desde 2014.
As massas são produzidas no local de forma artesanal e são vendidas congeladas, frescas e em porções prontas, onde o cliente pode escolher o tipo de massa, molho e demais ingredientes. Cinco pessoas da família Macedo de Oliveira trabalham no estande da Casa das Massas no evento.
Em média, eles utilizam diariamente 50 quilos de farinha para produzir as massas na hora, com exceção do capeletti, que foi fabricado com antecedência.
“Não saímos da festa antes das 23 horas. Deixamos tudo organizado para chegar no outro dia e estar tudo pronto”, conta Renata. Ela ainda enfrenta mais 15 quilômetros para chegar até o sítio da família na localidade dos Bugres.
QUEIJOS PREMIADOS AO ALCANCE DO PÚBLICO
A Linha São João está representada pela família Kaefer. A premiada Queijaria Alvorada Missioneira participa há seis anos da Festa Colonial. Produtora de 12 tipos de queijos, a empresa levou para o evento deste ano, seis queijos premiados e comemora o sucesso das vendas. “Os com maior saída são os queijos Yamandú e Maturado da São João”, informa Alessandra da Silva Vallim, 37 anos. A queijaria produziu dois mil quilos para a festa. “O sentimento que fica é muito bom, o de reconhecimento do nosso trabalho”, diz Alessandra, que atende ao público juntamente coma irmã, Elisangela Vallim, 35. Na banca da Queijaria Alvorada Missioneira, também estão sendo vendidas tábuas de frios.
HÁ UMA DÉCADA PARTICIPANDO DA FESTIVIDADE
A Festa Colonial está sendo marcante para Gabriela Chaulet, 39. Nesta edição, ela completou 10 anos como expositora da festividade. “No início, tive medo de começar, mas depois não dá mais vontade de parar. É muito recompensador, ainda mais quando se ganha elogios. Não damos conta de produzir tanto”, comemora a agricultora. As cucas, pães recheados com linguiça, pães de aipim, entre outros itens estão entre os mais procurados pelo público. O sucesso dos produtos é um segredo de família. “São receitas da minha falecida avó Anida Chaulet. A minha mãe aprendeu com ela e passou pra mim”, explica Gabriela.
Foto: Marina Gil
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