SEJA PADRINHO DE UMA CRIANÇA DA CASA LAR
PROJETO APADRINHAR
Uma parceria entre o Poder Judiciário, Ministério Público (MP) e a Prefeitura de Canela irá proporcionar às crianças e adolescentes abrigadas na Casa Lar novas oportunidades de relações interpessoais em sociedade. O Projeto Apadrinhar é uma iniciativa que vai ampliar a convivência familiar e comunitária dos 19 assistidos pela entidade beneficente, os quais têm poucas possibilidades de adoção ou reinserção no convívio familiar. Pessoas físicas e jurídicas podem tornar-se padrinhos de três formas: apadrinhamento afetivo, prestador de serviços e financeiro.
“Com a implementação do projeto de apadrinhamento em Canela, que surgiu da necessidade de trazer vínculos duradouros para os nossos acolhidos, as crianças e adolescentes poderão ter padrinhos afetivos, financeiros ou de serviços. Mais do que isso, poderão ter na vinculação com as pessoas da comunidade a esperança necessária para ressignificar a própria vida e ter uma expectativa de futuro diferente e melhor”, acredita a responsável pela 2ª Vara da Comarca de Canela, juíza Simone Chalela.
“Espero que a sociedade canelense abrace a causa, participe e transforme as histórias trágicas que vemos todos os dias no Juizado da Infância e Juventude, em verdadeiras lições de vida. Podemos ignorar nossos problemas ou fazer algo para combatê-los. A escolha é de cada um de nós”, destaca a magistrada, que é uma das idealizadoras do projeto.
O Apadrinhar foi lançado recentemente e, desde então, vem mobilizando autoridades e servidores municipais. Uma comissão formada por integrantes da Secretaria Municipal de Assistência Social, preferencialmente do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS), equipe técnica do Abrigo Casa Lar e do Grupo de Apoio à Adoção Construindo o Amor, com acompanhamento e avaliação do Poder Judiciário é responsável pela gestão do projeto.
“Com o projeto, salvaremos muitas vidas. Essas crianças serão adolescentes e depois adultos na nossa comunidade", ressalta o presidente do Abrigo Casa Lar e Presidente do Conselho Municipal dos direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) de Canela, pastor Paulo Terra.
“Temos modalidades distintas de apadrinhamento, seja afetivo para repassar bons valores da vida e permanecer algum tempo junto aos finais de semana, ou financeiro por meio de auxílios como prestação de serviços de saúde, oferecimento de cursos profissionalizantes, entre outras diversas possibilidades. Para quem está doando, pode ser algo pequeno, mas para quem recebe pode fazer toda diferença, já que essas crianças e adolescentes possuem dificuldades reais em suas vidas e, por isso, estão abrigadas”, comenta o promotor de Justiça, Mas Guazzeli.
Interessados em participar do projeto podem se cadastrar pelo e-mail [email protected] e preencher ficha e termo de compromisso, bem como encaminhar comprovante de residência; Certidão negativa criminal/folha corrida judicial (próprio e de demais membros maiores de 18 anos do núcleo familiar); cópia do RG ou CNH (próprio e de demais membros maiores de 18 anos do núcleo familiar) e declaração de Concordância do(a) cônjuge/companheiro(a)/para casais.
PROJETO foi lançado na quinta-feira (23) no Grande Hotel
Fotos: André Fernandes
PREPARAÇÃO DOS FUTUROS PADRINHOS
Os candidatos a padrinho, em especial para padrinhos afetivos, passam por uma capacitação antes de aproximaram-se dos seus afilhados. As oficinas ocorrem no Centro de Inovação e Desenvolvimento Integrado (Cidica), e atraíram mais de 11 pessoas. Os encontros são ministrados pela psicóloga da Casa Lar, Bibiana de Azevedo e Souza. Nas capacitações, são abordados temas relacionados ao convívio entre padrinho e afilhado, como sexualidade. “Percebemos que seria muito importante preparar esse candidato a apadrinhamento para o contato com o afilhado, com uma espécie de formação. Então, pensamos em quatro encontros que já vem acontecendo desde o dia 28 de fevereiro e irão até dia 3. Pensamos em temas que pudessem preparar e nortear esses padrinhos no processo de vinculação a de construção de apadrinhar. Vamos falar principalmente de que tipo de padrinhos e madrinhas eles desejam ser, como construir a comunicação, regras de convivência, limites a serem estabelecidos, como construir esse apadrinhamento com crianças que sofreram violência e estavam em situação de vulnerabilidade anteriormente ao acolhimento e que carregam suas cicatrizes ao longo do acolhimento”, explica a psicóloga. “Todos podem contribuir um pouquinho de diferentes formas para que essas crianças tenham cada vez mais convívio comunitário e a construção de um sistema de valores familiares de uma forma livre de violência e negligência”, acrescenta Bibiana.
EM ENCONTROS prováveis padrinhos recebem orientações em como estabelecer o convívio com os seus possíveis afilhados
MODALIDADES
- Apadrinhamento afetivo: aquele que estabelece vínculo estável e duradouro com a criança/adolescente, visitando-o regularmente e proporcionando assim sua convivência familiar e comunitária;
- Apadrinhamento prestador de serviços: destinado a profissional ou empresa que, por meio de ações de responsabilidade social, se cadastrem, apresentando plano de atividades, para atender as demandas dos acolhidos;
- Apadrinhamento financeiro: aquele que dá suporte material a criança/adolescente seja com doação de material escolar, vestuário, brinquedos, cursos profissionalizantes, reforço escolar, práticas esportivas, idiomas ou contribuição financeira para demanda específica dos participantes do programa como forma de dar apoio a jovens acolhidos que se preparam para os desafios da vida autônoma.
QUEM ATUA NO APADRINHAR
- Abrigo Casa Lar: assistente social Carina Pereira e a psicóloga Bibiana de Azevedo e Souza
- Creas: assistente social Michele Steinmetz Magro e o psicólogo Daniel Henrique de Paula Couto
- Grupo de Apoio à Adoção Construindo o Amor: Tatiane da Silva Cavallin dos Santos e Cristina Kohlrauch Basei Wagner.
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