Jayme Caetano Braun, foi e é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores poetas que o Rio Grande conheceu. Sua poesia permanece atual e seus versos são ouvidos desde os mais humildes ranchos aos mais ricos palácios.
Sua poesia fala de tudo, principalmente da paisagem no pampa...
Tapera
Vulto heróico das coxilhas, / testemunha do passado,
velho tição apagado / sem vestígios de clarão,
rancho amigo que a desgraça / transformou numa carcaça
perdida na solidão.
Foste um dia, o pouso certo / dum monarca destes pagos
e a china, cheia de afagos / mais lindaça da querência,
hoje ruína abandonada / evocas a retirada
de uma raça em decadência.
Não há quera por mais xucro / que vendo tanta tristeza
amortalhando a beleza / que Deus no pago criou,
não sinta uma dor cruciante / e algum recuerdo distante
de um tempo que já passou...
E a não ser algum fantasma / desses que rondam o pago,
somente algum índio vago / te procura como abrigo,
a maldição te acompanha / e nesta vasta campanha
já não te resta um amigo.
E quando a noite, as estrelas / vão fogoneando indecisas
tapera, tu simbolizas, / por estas imensidades
um coração sem carinho / que bate triste e sozinho
vivendo só das saudades.
E assim como tu, tapera, / que um dia foste morada
hoje triste abandonada, / como espectro da querência,
são ilusões perdidas / outras taperas caídas
na campanha da existência.
Jayme Caetano Braun conta e canta, em seus versos, as coisas que identificam o Rio Grande do Sul... a nossa terra!
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